Mudança radical de Bibi é crucial para ''A Força do Querer''
Juliana Paes interpreta Bibi na novela das 21h (Foto: Divulgação) |
Nesta terça-feira (20), com Bibi iniciando uma nova fase, “A Força do Querer” bateu recorde de audiência. A novela registrou média de 38 pontos em São Paulo – o recorde anterior, em 6 de junho, era de 35,5 (cada ponto equivale a 199.309 indivíduos).
A revelação foi feita de forma engenhosa. Bibi desconfiou que estava sendo traída por Rubinho. Pressionado, ele foi obrigado a confessar que o site de namoros descoberto pela mulher em seu laptop servia, na verdade, de fachada para o comércio de drogas.
Bibi ama tanto Rubinho que ficou aliviada com a informação. E não só. Colocada diante da possibilidade de a polícia descobrir mais dados comprometedores sobre o marido, ela decidiu ser cúmplice dele e cometeu um crime para ocultar provas.
Bibi é uma personagem muito irritante. Apaixonada demais, é incapaz de enxergar o que se passa a dez centímetros dos seus olhos. A cegueira a emburrece. E, a partir de agora, a levará a trocar uma carreira como advogada pela vida no crime.
A todo momento é lembrado que a história da personagem é baseada no livro “Perigosa”, de Fabiana Escobar, no qual ela relata a sua experiência como mulher de um traficante da Rocinha, no Rio. Ser inspirado em “fatos reais” deveria ajudar o espectador a aceitar que exista uma mulher como Bibi. Mas não é fácil.
Juliana Paes, até o momento, está defendendo com grande garra esta personagem implausível. Em termos racionais, todo o seu comportamento é inaceitável, mas deve ser justificável pelo fato de ela ouvir apenas o coração.
O grande desafio de Gloria Perez, desde o início, tem sido fazer com que o público “compre” esta personagem. Não é preciso concordar ou se identificar com Bibi, mas entender os seus atos, aceitar que uma mulher possa agir como ela está agindo.
Isso é essencial para “A Força do Querer” funcionar. Os ótimos índices de audiência da novela sugerem que a autora, até agora, foi muito bem-sucedida e conta com a cumplicidade dos espectadores.
No momento em que a personagem está começando a transição para virar Bibi Perigosa, o desafio é ainda maior – para a autora, para a atriz e para o público. Vai ser legal acompanhar.
Crítica de Maurício Stycer no site UOL.
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